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Férias escolares, os riscos de acidentes e como prevenir as crianças

  • Foto do escritor: Editora Sucesso
    Editora Sucesso
  • 23 de jan. de 2020
  • 4 min de leitura

As férias coincidem com o verão. Neste período, temos um aumento nos atendimentos a crianças, causados tanto por acidentes domésticos ou por causas externas.

A maioria dos acidentes podem ser evitados se levarmos em conta a idade e o nível de desenvolvimento da criança. Também devemos considerar aspectos relacionados ao ambiente, como os riscos de uma piscina ou do acesso a produtos de limpeza e medicamentos, em não utilizar cinto de segurança ou da falta da supervisão de um adulto durante as brincadeiras. Estatisticamente, os acidentes são mais frequentes com crianças menores e meninos, podendo gerar lesões permanentes ou, até mesmo, óbito. Queimadura solar e sufocação estão entre as lesões que mais acontecem com as crianças. Confira alguns tratamentos e como se prevenir.




Queimadura solar

É mais comum nas crianças maiores e nos adolescentes, mesmo utilizando fator de proteção solar de 15 ou maior. A causa é devida à exposição à radiação ultravioleta B (UVB). A susceptibilidade ao sol é variável, com maior risco para as crianças com pouco cabelo, loiras ou ruivas e de olhos claros, e determina um alto risco do desenvolvimento de melanoma durante a vida.

Após 15 minutos de exposição solar, já é possível ter uma queimadura. Um fator adicional é a presença de superfícies de reflexo, como areia e água. O risco é maior por volta das 12h, devido ao ângulo dos raios solares, e a cobertura de partes do corpo pode não ser suficiente para a proteção completa da radiação ultravioleta.

A queimadura fica evidente com a vermelhidão da pele, surgindo horas após a exposição. O evento é autolimitado, mas o pico da vermelhidão ocorre de 12 a 24 horas após a exposição, podendo permanecer de três a sete dias. O local apresenta-se quente, com aumento da sensibilidade, e podendo, nos casos mais graves, gerar bolhas. A descamação da pele pode ocorrer de quatro a sete dias após a queimadura. Os casos graves podem ser acompanhados de dor de cabeça, febre, náusea e vômito.

Não se deve utilizar medicações fotossensibilizantes, incluindo alguns anti-inflamatórios, além de evitar algumas frutas (limão e laranja) e vegetais que podem agudizar a reação da queimadura solar. Os pais devem realizar um banho frio ou utilizar compressas nas áreas queimadas. Pode-se usar também um analgésico, como o paracetamol, e gel com aloe. É importante não romper as bolhas, pois pode causar infecção. Deve-se obrigatoriamente oferecer bastante líquido para evitar a desidratação. Crianças com queimaduras mais extensas, com dor intensa, vômito e desidratação podem necessitar de internação hospitalar.

A prevenção é a melhor medida, com a limitação da exposição solar entre 10h e 16h. As crianças abaixo de seis meses não podem ser expostas ao sol diretamente, por isso, utilize guarda-sol e carrinho de bebê com cobertura. Para todas as crianças, a melhor escolha é utilizar um protetor solar com fator de proteção de 30 - acima de 30 existe um benefício pequeno.

Para as crianças que estão utilizando pela primeira vez o protetor solar, é importante fazer o teste do produto em uma área limitada da pele para ter certeza de que não se desenvolva uma vermelhidão em razão dos componentes do protetor. O protetor solar deve ser aplicado 30 minutos antes da exposição ao sol, com reforço a cada 2 horas nas áreas de maior exposição, como face, dorso e mãos. Evite produtos com corantes, fragrâncias e que podem irritar a pele. A utilização de sprays pode ser perigosa, caso seja inalado.

Sufocação

É quando existe um bloqueio da via aérea por algo que impede a respiração da criança. Trata-se de um cenário frequente, que causa alto estresse e pode ter consequências ruins. Acontece por conta da presença de pequenos objetos, alimentos, balas ou chicletes, entre outros, na via aérea, principalmente das crianças menores, que possuem um maior risco, em virtude do desenvolvimento físico e de conhecimento.

Aproximadamente metade dos episódios de sufocação está relacionado a alimentos. Em relação a objetos, há casos com moedas, que podem ser deglutidas e passar para o sistema digestivo, embora, quando se aloje no esôfago, pode ocorrer anteriormente um quadro respiratório.

As crianças menores de 3 anos têm maior risco de sufocação. Contudo, a partir de alguns aprendizados sobre a quantidade ideal para se levar à boca e a velocidade da alimentação, o perigo é reduzido.

Um fato natural das crianças pequenas é o ato de explorar os objetos, colocando-os na boca. Essa característica, adicionada a menor estrutura da via aérea da criança, predispõe à obstrução. As crianças também são mais distraídas, não se concentrando durante a alimentação. O tamanho e a forma do objeto também podem ser fatores de risco. Pedaços de hot-dog são responsáveis por sufocação, pois possuem uma forma cilíndrica e compressível, podendo se compactar na hipofaringe da criança.

Os pais não devem oferecer alimentos sólidos aos filhos antes dos 6 meses de idade. Os alimentos devem ser apropriados conforme a idade. Antes da erupção dos dentes molares (aos três ou quatro anos) as crianças têm a possibilidade de utilizar os seus incisivos para morder um pedaço de comida, mas não de mastigar.

Os produtos com uma possibilidade maior de risco deveriam vir com sinais de alerta, conforme acontece com os brinquedos que possuem partes pequenas. Diante disso, a legislação brasileira deve ter uma atenção maior para esta questão relacionada à prevenção da sufocação em crianças.

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